Por Tarso Rocha
Algumas
matérias estão sendo veiculadas tratando do endividamento de clubes
esportivos, dentre eles estão sendo listados alguns que são
considerados grandes no futebol brasileiro.
Já tratamos aqui sobre endividamento, sobre lucro e sobre títulos, e como a Contabilidade e um bom gerenciamento podem apoiar a gestão necessária aos clubes de futebol.
Esta
tabela mostra a evolução do endividamento dos clubes:
A impressão que dá é que os clubes não estão preocupados, pois as dívidas só aumentam e não se vê movimentação para se tentar reverter a atual situação financeira deficitária. Alguns, pelo menos alcançam títulos, porém a maioria esmagadora nem isso consegue.
Uma
das possíveis tentativas de salvação dos clubes é a
Medida Provisória 671 o Programa de Modernização da Gestão e de
Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (PROFUT) que foi
aprovada por Dilma Rousseff depois de 139 dias de ela mesma ter
apresentado o documento original em evento realizado em março no
Palácio do Planalto, em Brasília.
Muito
tempo se passou e muitas discussões depois, o texto final definido
pelo Congresso da
nova lei voltada ao futebol brasileiro trouxe os seguintes
benefícios:
Refinanciamento
Considerado
o principal ponto da MP, o refinanciamento da dívida fiscal dos
clubes concederá um prazo de 20 anos para as entidades esportivas
quitarem suas dívidas junto à União. A estimativa é que o rombo
fiscal dos clubes de futebol ultrapasse os R$ 3 bilhões. No
parcelamento serão adotados juros baixos e os clubes que deixarem de
pagar três parcelas perderão o refinanciamento. Também, serão
reduzidas 70% das multas, 40% dos juros e 100% dos encargos legais do
endividamento dos clubes.
Gastos
Com o limite de até 80% para gastos com salários e direitos de imagem, isso vai ajudar aos dirigentes a terem uma base para poderem acompanhar melhor as suas contas. Deixando apenas 20% para outras despesas.
CND – Certidão Negativa de Débitos
Os
clubes terão que apresentar a CND junto à Receita para disputar as
competições. Caso contrário, poderão ser rebaixados de divisão.
Clube-empresa
Há
um estímulo aos clubes de futebol a se tornarem uma sociedade
empresária oferecendo uma única taxa de imposto de 5%.
Os
clubes têm até 5 de novembro para confirmarem a adesão.
Corinthians, Internacional, Botafogo, Palmeiras, Fluminense e São
Paulo estudam aderirem à MP.
Espera-se
que os políticos ligados ao futebol, times, torcedores, jogadores e
principalmente os dirigentes, aproveitem as oportunidades que estão
sendo dadas, e comecem a executar um bom trabalho com planejamento e
organização, além do conhecimento necessário, considerando que os
clubes não vão contratar amadores, mas sim profissionais como
administradores e contadores que não atuem como torcedores, longe
disso, que eles atuem como conhecedores do bom gerenciamento tão
necessário e importante neste momento tão ruim do futebol
brasileiro.
Leia
as próximas colunas para juntos discorremos mais sobre contabilidade
e finanças no futebol.
Abraços
e até mais!
Tarso Rocha é professor e mestre em Contabilidade