Por Tarso Rocha
A
área empresarial, o comércio, uma firma, são abertos e se mantêm
pelo retorno que se espera ser proporcionado, ou seja, o lucro que
irá gerar.
Quando
há a união da área esportiva, por exemplo de um clube, que deve
cumprir seus objetivos ligados a cada modalidade, mais as
necessidades que um empreendimento que visa lucro exige, alguns
conflitos podem ser gerados, pois o que muitas vezes um torcedor,
sócio ou até mesmo um investidor querem como retorno, não é
apenas o lucro, mas um título na sua modalidade de maior gosto.
Existem
algumas pesquisas na área que já mensuraram a possibilidade deste
conflito, principalmente na área do futebol de campo. O mestre em
contabilidade Marke
Geisy Da Silva Dantas mensurou a eficiência de clubes de futebol e
definiu fatores que são determinantes para esta avaliação. Ele em
sua dissertação afirma que: A gestão do futebol apresenta
características que a difere das demais atividades, devido a fatores
psicológicos e emocionais presentes nas decisões tomadas pelos
gestores, que, muitas vezes, consideram mais a emoção em detrimento
da razão.
Quando
ele fala em emoção, infere-se resultado obtido em campeonatos
esportivos, e quando se fala em razão, entende-se no o lucro que o
clube poderá agregar ao investidor.
Rodrigues
e Silva afirmam na Revista
Organizações & Sociedade que
o futebol se transformou de uma organização baseada em valores e
tradições, para uma organização que enfatiza critérios de
eficiência, rentabilidade e competitividade.
Inicialmente
há a necessidade de descobrir o que é mais determinante para um
clube, se a emoção ou a razão, e posteriormente deve-se saber como
definir que o clube atingiu um e/ou outro.
Nesse
contexto há constatações que os clubes de futebol atualmente
enfrentam problemas, como: Dívidas
elevadas: Fiscais, Trabalhistas e Cíveis; Passivo oculto elevado, ou
seja, que ainda pode surgir; Ausência total de controle de
custos/despesas; Falta de critérios nas contabilizações; Problemas
de captação de recursos; Deficiência de Capital de Giro;
Dependência significativa da “venda” de atletas para gerar
receitas. Estes pontos foram citados pela contadora Sheila Morais
Soares, que em sua pesquisa verificou que o setor esportivo
movimenta em torno de 30 bilhões de reais por ano no Brasil.
Com todas estas constatações,
que se entende ser de conhecimento de todos, clubes, torcedores,
investidores, jogadores, governo, onde está a contabilidade que tem
papel fundamental e provavelmente a área que tem as ferramentas
necessárias para solucionar estes problemas? Onde estão os clubes,
que por meio dos seus dirigentes não buscam a solução e/ou não
conseguem solucionar, visto que são problemas que se perpetuam ano
após ano?
Leia
as próximas colunas para juntos discorremos sobre possíveis
soluções.
Abraços
e até mais!
Tarso
Rocha é Graduado em Ciências Contábeis pela UFRN,
Pós-graduado em
Controladoria pela FECAP,
Mestre em contabilidade pela UNB/UFRN/UFPB,
lecionou na Faculdade Drummond em São Paulo/SP
nos cursos de Gestão do esporte, Tecnologia
do futebol e Ciências Contábeis.
Atualmente leciona no curso de
Ciências Contábeis do UNIFACEX em Natal/RN.