terça-feira, 26 de maio de 2015

CADÊ A CONTABILIDADE QUE DEVERIA ESTAR AQUI?

Por Tarso Rocha
A área empresarial, o comércio, uma firma, são abertos e se mantêm pelo retorno que se espera ser proporcionado, ou seja, o lucro que irá gerar.
Quando há a união da área esportiva, por exemplo de um clube, que deve cumprir seus objetivos ligados a cada modalidade, mais as necessidades que um empreendimento que visa lucro exige, alguns conflitos podem ser gerados, pois o que muitas vezes um torcedor, sócio ou até mesmo um investidor querem como retorno, não é apenas o lucro, mas um título na sua modalidade de maior gosto.


Existem algumas pesquisas na área que já mensuraram a possibilidade deste conflito, principalmente na área do futebol de campo. O mestre em contabilidade Marke Geisy Da Silva Dantas mensurou a eficiência de clubes de futebol e definiu fatores que são determinantes para esta avaliação. Ele em sua dissertação afirma que: A gestão do futebol apresenta características que a difere das demais atividades, devido a fatores psicológicos e emocionais presentes nas decisões tomadas pelos gestores, que, muitas vezes, consideram mais a emoção em detrimento da razão.
Quando ele fala em emoção, infere-se resultado obtido em campeonatos esportivos, e quando se fala em razão, entende-se no o lucro que o clube poderá agregar ao investidor.
Rodrigues e Silva afirmam na Revista Organizações & Sociedade que o futebol se transformou de uma organização baseada em valores e tradições, para uma organização que enfatiza critérios de eficiência, rentabilidade e competitividade.
Inicialmente há a necessidade de descobrir o que é mais determinante para um clube, se a emoção ou a razão, e posteriormente deve-se saber como definir que o clube atingiu um e/ou outro.


 Nesse contexto há constatações que os clubes de futebol atualmente enfrentam problemas, como: Dívidas elevadas: Fiscais, Trabalhistas e Cíveis; Passivo oculto elevado, ou seja, que ainda pode surgir; Ausência total de controle de custos/despesas; Falta de critérios nas contabilizações; Problemas de captação de recursos; Deficiência de Capital de Giro; Dependência significativa da “venda” de atletas para gerar receitas. Estes pontos foram citados pela contadora Sheila Morais Soares, que em sua pesquisa verificou que o setor esportivo movimenta em torno de 30 bilhões de reais por ano no Brasil.
Com todas estas constatações, que se entende ser de conhecimento de todos, clubes, torcedores, investidores, jogadores, governo, onde está a contabilidade que tem papel fundamental e provavelmente a área que tem as ferramentas necessárias para solucionar estes problemas? Onde estão os clubes, que por meio dos seus dirigentes não buscam a solução e/ou não conseguem solucionar, visto que são problemas que se perpetuam ano após ano?
Leia as próximas colunas para juntos discorremos sobre possíveis soluções.
Abraços e até mais!
Tarso Rocha é Graduado em Ciências Contábeis pela UFRN, 
Pós-graduado em Controladoria pela FECAP, 
Mestre em contabilidade pela UNB/UFRN/UFPB, 
lecionou na Faculdade Drummond em São Paulo/SP 
nos cursos de Gestão do esporte, Tecnologia do futebol e Ciências Contábeis.
 Atualmente leciona no curso de Ciências Contábeis do UNIFACEX em Natal/RN.