segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ENDIVIDAMENTO?


Algumas matérias estão sendo veiculadas tratando do endividamento de clubes esportivos, dentre eles estão sendo listados alguns que são considerados grandes no futebol brasileiro.

Já tratamos aqui sobre endividamento, sobre lucro e sobre títulos, e como a Contabilidade e um bom gerenciamento podem apoiar a gestão necessária aos clubes de futebol.
Esta tabela mostra a evolução do endividamento dos clubes:
Da última vez que se tratou deste assunto aqui, o Flamengo era o pior, e hoje subiu para o segundo lugar, ou seja, melhorou. Juntamente, o Goiás que apesar de não melhorar sua posição, mas foram os dois únicos que diminuíram sua quantidade de dívidas, o que é louvável e que, no caso do Flamengo, tem se buscado uma gestão profissional com diretores especialistas em cada área, quer seja administrativa ou financeira.

A impressão que dá é que os clubes não estão preocupados, pois as dívidas só aumentam e não se vê movimentação para se tentar reverter a atual situação financeira deficitária. Alguns, pelo menos alcançam títulos, porém a maioria esmagadora nem isso consegue.
Uma das possíveis tentativas de salvação dos clubes é a Medida Provisória 671 o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (PROFUT) que foi aprovada por Dilma Rousseff depois de 139 dias de ela mesma ter apresentado o documento original em evento realizado em março no Palácio do Planalto, em Brasília.
Muito tempo se passou e muitas discussões depois, o texto final definido pelo Congresso da nova lei voltada ao futebol brasileiro trouxe os seguintes benefícios:

Refinanciamento
Considerado o principal ponto da MP, o refinanciamento da dívida fiscal dos clubes concederá um prazo de 20 anos para as entidades esportivas quitarem suas dívidas junto à União. A estimativa é que o rombo fiscal dos clubes de futebol ultrapasse os R$ 3 bilhões. No parcelamento serão adotados juros baixos e os clubes que deixarem de pagar três parcelas perderão o refinanciamento. Também, serão reduzidas 70% das multas, 40% dos juros e 100% dos encargos legais do endividamento dos clubes.

Gastos
Com o limite de até 80% para gastos com salários e direitos de imagem, isso vai ajudar aos dirigentes a terem uma base para poderem acompanhar melhor as suas contas. Deixando apenas 20% para outras despesas.

CND – Certidão Negativa de Débitos
Os clubes terão que apresentar a CND junto à Receita para disputar as competições. Caso contrário, poderão ser rebaixados de divisão.

Clube-empresa
Há um estímulo aos clubes de futebol a se tornarem uma sociedade empresária oferecendo uma única taxa de imposto de 5%.
Os clubes têm até 5 de novembro para confirmarem a adesão. Corinthians, Internacional, Botafogo, Palmeiras, Fluminense e São Paulo estudam aderirem à MP.
Espera-se que os políticos ligados ao futebol, times, torcedores, jogadores e principalmente os dirigentes, aproveitem as oportunidades que estão sendo dadas, e comecem a executar um bom trabalho com planejamento e organização, além do conhecimento necessário, considerando que os clubes não vão contratar amadores, mas sim profissionais como administradores e contadores que não atuem como torcedores, longe disso, que eles atuem como conhecedores do bom gerenciamento tão necessário e importante neste momento tão ruim do futebol brasileiro.
Leia as próximas colunas para juntos discorremos mais sobre contabilidade e finanças no futebol.
Abraços e até mais!
Tarso Rocha é professor e mestre em Contabilidade