Desenvolvimento humano do árbitro de
futebol
Caros leitores e colegas...
As poesias são utópicas, o
teatro insiste na intelectualizacão, as músicas vendem paixão ou sensualidade,
todas as formas de entretimento tem como base a humanização, mas encontrar um
único conceito para definir torna-o muito amplo. O ser humano busca sempre aprimorar
todas as suas capacidades.
Mas o que é mais humano do
que o futebol? Futebol é ambicioso, pedante, político, maldito e sagrado,
pertencente ao povo, que em sua definição é um esporte com vinte e dois
jogadores com o objetivo de fazer o gol, e no meio dessa grande volume de
emoções, há a figura coadjuvante que para a validade das competições, passa a
ser principal. Que é o árbitro de futebol.
Toda intervenção do
árbitro para o cumprimento das regras do jogo é humana e nos aspectos
dessa formação deve-se assegurar que seja integrada as ações de formação nas
áreas técnica, tática, física e mental, como orienta a FIFA (Fédération
Internationale de Football Association),
e que realmente produza efeito na mediação justa, isenta, responsável e
consagradora das decisões que conduzem ao reconhecimento da legalidade das
competições e, consequentemente, à autenticidade desportiva.
O
árbitro é uma figura pública e sua formação humana deverá levar em consideração
esta característica que a profissão impõe. Nas escolas de formação de árbitros
de futebol devem-se ter a constante preocupação para que o árbitro seja diante
dos agentes desportivos, atletas e até mesmo os torcedores sempre a mesma
pessoa, com a mesma personalidade diante dos turbilhões de emoções que caracterizam
as ações desses elementos extras. Uma interpretação em uma disputa desportiva tem
um peso subjetivo muito grande, mas que tem o controle humano do árbitro para
estes elementos extras jogo, ou seja, os agentes desportivos, atletas e
torcedores, não ponha a formação e a personalidade do árbitro sob suspeita.
O
regime de preparação do árbitro deve seguir uma rotina que lhe permita
sentir-se à vontade para reagir positivamente às pressões apaixonadas dos
expectadores como também da impressa sem prejudicar sua forma isenta de julgar,
este quesito refere-se especialmente a preparação psicológica, que é um fator
de extensa discussão e aperfeiçoamento. A exigência ao árbitro pelo controle de
justiça aos comportamentos desportivos e condutas humanas no campo de jogo sem
reações negativas dos atletas e dirigentes é um desafio constante das comissões
de arbitragens das federações, que buscam minimizar as hostilidades por parte
da maioria dos expectadores.
A
existência de “mão na bola” ou “bola na mão”, as duas mesmo tendo a mesma ação
físico-motor passam por uma subjetividade do árbitro que determina a validade
da ação ou a infração às regras do jogo, esta interpretação é resultante das
próprias regras e regulamentos que atribui ao árbitro o poder de julgar o
comportamento humano dos jogadores em regular ou antidesportivo. E este “vazio”
de interpretação o árbitro se faz lei.
O
fator humano do árbitro exige a “sensibilidade interpretativa” que ajude na
decisão conforme as regras do jogo, para isso, o árbitro além de ter o domínio
da literatura das regras do jogo, deverá se familiarizar com a modalidade, ou
seja, ter o mesmo conhecimento dos treinadores de futebol, mesmo não tão
aprofundado. Isso não quer dizer seja um educador dos atletas, mas que possa
interpretar as faltas e infrações com isenção e humanidade. Esta subjetividade de
interpretação não implica em deixar o jogo seguir ou parar constantemente, e sim
em aplicar corretamente as regras do jogo. Mas como ter êxito neste objetivo? A
subjetividade da interpretação é ímpar, e só é conseguida com isenção através
de muito estudo às regras do jogo e nos jogadores, ou seja, o estudo das
emoções humanas.
Esperamos
que os formadores de árbitros possam encontrar recursos para humanizar a
arbitragem e os árbitros tenham um estudo individual e uma aprendizagem autônoma.
Matéria publicada em minha coluna no site www.vozdoapito.com.br