quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O árbitro e o ser humano


Desenvolvimento humano do árbitro de futebol

Caros leitores e colegas...

As poesias são utópicas, o teatro insiste na intelectualizacão, as músicas vendem paixão ou sensualidade, todas as formas de entretimento tem como base a humanização, mas encontrar um único conceito para definir torna-o muito amplo. O ser humano busca sempre aprimorar todas as suas capacidades.
Mas o que é mais humano do que o futebol? Futebol é ambicioso, pedante, político, maldito e sagrado, pertencente ao povo, que em sua definição é um esporte com vinte e dois jogadores com o objetivo de fazer o gol, e no meio dessa grande volume de emoções, há a figura coadjuvante que para a validade das competições, passa a ser principal. Que é o árbitro de futebol.
Toda intervenção do árbitro para o cumprimento das regras do jogo é humana  e nos aspectos dessa formação deve-se assegurar que seja integrada as ações de formação nas áreas técnica, tática, física e mental, como orienta a FIFA (Fédération Internationale de Football Association), e que realmente produza efeito na mediação justa, isenta, responsável e consagradora das decisões que conduzem ao reconhecimento da legalidade das competições e, consequentemente, à autenticidade desportiva.

O árbitro é uma figura pública e sua formação humana deverá levar em consideração esta característica que a profissão impõe. Nas escolas de formação de árbitros de futebol devem-se ter a constante preocupação para que o árbitro seja diante dos agentes desportivos, atletas e até mesmo os torcedores sempre a mesma pessoa, com a mesma personalidade diante dos turbilhões de emoções que caracterizam as ações desses elementos extras. Uma interpretação em uma disputa desportiva tem um peso subjetivo muito grande, mas que tem o controle humano do árbitro para estes elementos extras jogo, ou seja, os agentes desportivos, atletas e torcedores, não ponha a formação e a personalidade do árbitro sob suspeita.
O regime de preparação do árbitro deve seguir uma rotina que lhe permita sentir-se à vontade para reagir positivamente às pressões apaixonadas dos expectadores como também da impressa sem prejudicar sua forma isenta de julgar, este quesito refere-se especialmente a preparação psicológica, que é um fator de extensa discussão e aperfeiçoamento. A exigência ao árbitro pelo controle de justiça aos comportamentos desportivos e condutas humanas no campo de jogo sem reações negativas dos atletas e dirigentes é um desafio constante das comissões de arbitragens das federações, que buscam minimizar as hostilidades por parte da maioria dos expectadores.  

A existência de “mão na bola” ou “bola na mão”, as duas mesmo tendo a mesma ação físico-motor passam por uma subjetividade do árbitro que determina a validade da ação ou a infração às regras do jogo, esta interpretação é resultante das próprias regras e regulamentos que atribui ao árbitro o poder de julgar o comportamento humano dos jogadores em regular ou antidesportivo. E este “vazio” de interpretação o árbitro se faz lei.
O fator humano do árbitro exige a “sensibilidade interpretativa” que ajude na decisão conforme as regras do jogo, para isso, o árbitro além de ter o domínio da literatura das regras do jogo, deverá se familiarizar com a modalidade, ou seja, ter o mesmo conhecimento dos treinadores de futebol, mesmo não tão aprofundado. Isso não quer dizer seja um educador dos atletas, mas que possa interpretar as faltas e infrações com isenção e humanidade. Esta subjetividade de interpretação não implica em deixar o jogo seguir ou parar constantemente, e sim em aplicar corretamente as regras do jogo. Mas como ter êxito neste objetivo? A subjetividade da interpretação é ímpar, e só é conseguida com isenção através de muito estudo às regras do jogo e nos jogadores, ou seja, o estudo das emoções humanas.

Esperamos que os formadores de árbitros possam encontrar recursos para humanizar a arbitragem e os árbitros tenham um estudo individual e uma aprendizagem autônoma.
Matéria publicada em minha coluna no site www.vozdoapito.com.br