quarta-feira, 10 de março de 2010

Times grandes: por que não Psicologia Esportiva?

Os cinco times de maior expressão e história do futebol paulista precisam começar a considerar o valor da Psicologia do Esporte – em sua vertente séria e científica – e incorporá-la no treinamento esportivo dos clubes. Aliás, se o amigo leitor refletir, perceberá que cada grande clube de São Paulo apresenta demandas que são motivacionais e/ou psicológicas e/ou emocionais. No Rio de Janeiro, todos os grandes clubes já contam com psicólogos do esporte nos plantéis. Por que, então, tanta dificuldade dos nossos dirigentes em perceber e valorizar esta área já implementada e incorporada nas demais modalidades. O máximo que eles apostam é naqueles motivadores que cobram uma fortuna por uma palestra e nunca mais aparecem nos clubes. Os treinadores tem uma imensa parcela de culpa, na medida em que demonstram insegurança e preconceito diante do trabalho da Psicologia Esportiva nos elencos.

Centenário do Corinthians

A equipe de parque São Jorge está vivendo o ano de seu Centenário. Com ele, as pressões para a conquista de títulos aumentaram consideravelmente. Especialmente na Libertadores – título que falta na coleção das conquistas do clube. No entanto, em tempo algum foi aventada a hipótese de se desenvolver um acompanhamento psicológico com os atletas. Parece que tem gente que precisa ver a bomba estourar ou sentir o cheiro de pólvora para se mexer. O problema é que psicólogo não é bombeiro (ou não deveria ser) e, infelizmente, neste meio muita gente se presta a serviços que depõem contra a ética e valorização desta área científica de preparação esportiva.

Palmeiras sem alma

Nelson Rodrigues falaria sobre a cinzenta alma do alviverde paulista. Não precisa ser psicólogo esportivo para perceber que, há tempo, a equipe de Palestra Itália carece de motivação, apoio, alma, energia, sinergia de grupo, liderança ativa e tantos outros fatores que auxiliam na conquista de títulos e melhoram a qualidade do desempenho individual e coletivo. Perguntem ao "professor Antonio Carlos" o que ele acha do trabalho psicológico com os atletas. A resposta não será nada animadora.

São Paulo irregular

O tricolor paulista tem oscilado bastante os últimos meses. Ricardo Gomes ainda não conseguiu o equilíbrio no desenvolvimento de uma estrutura tática e técnica. Os jogadores não demonstram senso de equipe e a motivação coletiva tem apresentado fragilidades perigosas para a equipe que deseja fazer de 2010, um ano vitorioso no Brasileirão e na Libertadores. Falar em Psicologia Esportiva no São Paulo é um assunto praticamente proibido. Nem na base (pasmem os amigos), os nobres tricolores investem na cabeça da molecada. Aliás, alguém se lembra qual foi o último jogador revelado pelo clube que conseguiu pagar o ano da categoria? Creio que foi o Breno. Faz tempo – muito tempo!

Sinal de alerta aos meninos santistas

Meninos da Vila, fabulosos, gênios, maravilhosos, brilhantes e tantas outras qualidades que a mídia e torcida não se cansam de atribuir aos garotos do Santos. De uma hora para outra, Real Madri, Barcelona, Manchester United, Milan e grandes clubes europeus abrirão seus cofres para levar estes meninos para a Europa e não haverá quem os segure. Aliás, já está até demorando para que isso aconteça. Trabalhar a fama sem deixar que o sucesso suba à cabeça é tarefa para psicólogos do esporte. No entanto, Dorival Junior insiste em não utilizar este recurso e administrar o emocional da molecada através de seu comando técnico. As tentações que as grandes fortunas trazem devem estar rondando a Vila mais famosa do país. Sem um trabalho e acompanhamento psicológico, não precisa ser profeta para saber o que poderá acontecer. Uma pena, realmente, que jóias raras como as novas revelações do Santos não tenham o reconhecimento devido.

A Lusa só acordará com novas eleições

Enquanto o motoboy for buscar o dinheiro do bicho na padaria, a Lusa continuará no mesmo tamanho. Está na hora de uma mudança radical na administração e direção de futebol do clube. Os torcedores da Portuguesa já não suportam esta mesmice perdedora. Falar de Psicologia do Esporte nos ares lusitanos é o mesmo que dialogar em alemão com um argelino. É bomba na certa!
*Psicólogo do Esporte